Um jovem dançarino que aprendeu a dançar.

Bairros que enclausuram os seus habitantes, e assim limitam as suas vivências e mentalidades. Billy Elliot não retrata a perseguição de um sonho, mas uma sociedade necessitada de um devir transformativo da sua regularidade. Duas lutas, um jovem que luta para alcançar aquilo que nem ele próprio conhece, e homens que lutam contra o poder.

Quando amamos algo precisamos de o conhecer? Não será essa paixão intrínseca à nossa mecânica? Um rapaz cuja energia infinita se liberta com a dança, uma comunidade que o constrange postulando as normas da convencionalidade. Trata-se de um retrato fiel da firmeza do fado? Ou será Billy Elliot tudo menos fatalista e completamente humanista?

Surge a necessidade num ser quotidiano, uma necessidade de libertação, uma necessidade incompreendida por muitos e a beleza no movimento corporal irá prevalecer sobre as leis sociais vigentes. Ao tratar-se de uma história cuja emocionalidade é elevada, a mudança surge quando mais necessário, aumentando por completo os níveis emocionais do espectador. Surge assim um filme sobre beleza humana, não só a beleza do talento, mas a beleza do sentimento, da força e da bondade. Torna-se aprazível assistir a uma obra onde a carga emocional toca o espectador, a solidariedade revela humanidade, descobrindo o altruísmo na frieza. A mudança que se espera não surge, mas sim outra diferente que surpreende.